O calor sopra...
E com ele o cheiro bronzeado. Era deslumbrante o seu caminhar rumo ao pôr-do-sol. Seu afago era aconchegante como a mais fina areia daquela praia. Queria que me considerasse o brilho que seus olhos jamais tiveram, mais reluzente que o do sol.
As folhas sopram...
E com elas a brisa que nos acalentava. Tinha o domínio completo das minhas emoções, salpicava-me de conselhos e brincava de contente como o vento que adorava desarrumar o organizado. Queria que ele me compusesse como a melodia que faltava pra sua música.
O frio sopra...
E com ele a sensação do meu coração em estátua. Resolveu olhar ao lado e notar alguém mais gélida que lhe atraia. Levou consigo o calor do amor, ao passo em que desejava ainda que me notasse como materialização da sua poesia.
As flores sopram...
E com elas a certeza de algo novo. O desabrochar das pétalas me causaram a impressão de renascer junto delas e exalar um perfume insistente e agradável. Nada era pra sempre, apenas a verdade do início repetido. Mesmo assim queria que me guardasse no pólen nostálgico do seu coração.
Um dia descobri que é preciso dar um sentido humano ao objetivo da vida. E que quando isso não der certo, acabou de abrir uma nova oportunidade de recomeçar.
A vida sopra...
-
ResponderExcluir"A vida sopra..."
E preciso desesperadamente respirar.
Lindo isso Evelyn, fiquei aqui comigo, imaginando todas as coisas que sopram... Suas palavras sopram, garota. E têm hálito terno e sincero: para se manter na memória.
Mto 10!!!
ResponderExcluirTocou no fundo da Alma!!!