quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

É segredo.

O que lhe fazia ter mais medo do que tê-lo revelado? Os amantes mais experientes sempre lhe ensinaram que o sentimento da paixão era o mais avassalador e arrebatador, a mais deliciosa das sensações. Mas e quando ela era mantida no seu íntimo e não poderia ser revelada?
Ela vinha com a promessa de desafiar a pacífica lógica da razão e desabrochar como um delicado botão de rosa. Mas e quando a tal flor trazia consigo espinhos que despertavam a inquietação do manso coração e provocava-lhe taquicardias que não poderiam ser externadas?
Talvez sejam seus acúleos que afastem a utopia do amadurecimento dessa paixão ao tão distante amor. Talvez seja essa distância quem o convença a se contentar apenas com o brilho da lua que não esconde os devaneios e quem sabe um dia ele aprenda com ela a se deixar levar por essa maresia nauseante do romance. Enquanto isso ele vai se escondendo por detrás da imensidão da sua inquietação, fingindo passar por despercebido por entre as pistas deixadas pela amada. Um instante detalhado e tudo que se julgava efetivado pode ser mudado.
Quem sabe um dia. Ahhh, um dia. Um dia ele conta seu segredo aos quatro ventos para que eles o conduzam até os ouvidos dela. Um dia ele vira confissão.

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