sábado, 22 de maio de 2010

Ressaca

Brilhem, águas!
Reflitam minhas palavras
que caem
Na cachoeira, no mar, nos rios que saem...


A sensação de os versos secarem
as rimas afundarem
gritos, mágoas
Sortudo o marinheiro! Lança tudo às águas


E quem disse que eu não o sou?
Sou do seco, do molhado e até voo
Minha sensibilidade não se ata a pavio
Nem o que penso é assim, tão vil


Meu canto é onda serena
Trêmula, sob voz amena
Deixe que ache por si a sua certeza
E siga o embalo da correnteza
Deixe que corra, que se faça arte
que se cristalize, que encontre sua parte


deixe que seja livre o curso da minha água



Parte de areia, concha, estrela, luar

Parte de sereia, encanto, música,

ah-mar!